A Árvore que Sorriu pela Primeira Vez
No coração de uma mata densa e silenciosa, crescia uma árvore sozinha. Os seus ramos eram longos e tristes, curvados para o chão como se carregassem um peso invisível de solidão. Enquanto todas as outras árvores pareciam conversar através dos seus murmúrios de folhas, ela permanecia em silêncio, sentindo-se completamente isolada.
Dia após dia, a árvore observava os pássaros a passar, as flores a desabrochar, os animais a brincar – mas ninguém jamais a reparava. Os seus pensamentos eram como raízes profundas de melancolia, penetrando cada fibra da sua casca.
Numa tarde de inverno, quando o frio cobria a mata de branco, um lenhador passou por ela. Mas em vez de a cortar, observou-a com carinho. Viu algo especial nos seus ramos perfeitos, no seu tronco elegante. Com muito cuidado, transplantou-a para longe da mata.
A árvore não sabia, mas estava prestes a descobrir o seu verdadeiro propósito.
Dias depois, encontrou-se numa praça iluminada, decorada para o Natal. Pintaram-na de verde brilhante, enfeitaram-na com luzes coloridas, bolas reluzentes e guizos delicados. Crianças à sua volta dançavam, cantavam, riam – e pela primeira vez, a árvore sentiu algo diferente.
Já não era a árvore sozinha e triste. Era a árvore que trazia alegria, que fazia os olhos das crianças brilharem de felicidade. Cada gargalhada, cada sorriso era como um presente que ela mesma ganhava.
No auge da sua transformação, compreendeu um segredo precioso: a verdadeira felicidade não mora em ser amado, mas em amar. Em fazer os outros felizes. Os seus ramos, antes curvados de tristeza, agora erguiam-se orgulhosos, celebrando a alegria que distribuía.
E assim, a árvore sozinha tornou-se a árvore mais feliz do mundo – não porque recebeu amor, mas porque aprendeu a dar amor.
Amar, é sentir uma enorme felicidade por ver alguém feliz e mais ainda por fazer alguém sentir-se feliz!